A demência é um dos maiores flagelos de saúde da atualidade e do futuro, sendo uma realidade galopante a nível mundial. Portugal apresenta uma deficitária resposta no tratamento e acompanhamento dos portadores, cuidadores e familiares, resultando graves repercussões socioeconómicas.
A demência é um termo genérico para um grupo de perturbações cerebrais que inclui várias manifestações clínicas: Doença de Alzheimer, Demência Vascular, Demência Mista, Demência por Corpos de Lewy, Demência Frontotemporal e Doença de CreutzfeldtJakob.
A demência não deve ser considerada uma doença, mas sim “uma síndrome decorrente de uma doença cerebral, usualmente de natureza crónica ou progressiva, na qual há perturbação de múltiplas funções corticais superiores, incluindo memória, pensamento, orientação, compreensão, cálculo, capacidade de aprendizagem, linguagem e julgamento”
(Organização Mundial de Saúde, 1993: 45). Esta deterioração mental provoca prejuízo nas capacidades do indivíduo no desempenho das suas atividades da vida diária, profissionais, familiares e sociais. Os sintomas podem ser estáticos ou progressivos, dependendo do tipo de doença e do modo como é tratada.
A evolução pode ser relativamente previsível, mas há diferenças no modo como cada pessoa perde algumas capacidades e mantém outras. Os sintomas iniciais podem variar, mas a perda de memória a curto prazo é o principal indício, devendo ser bem observado. As alterações da memória são muito sensíveis, começando na memória de curto prazo e atingindo as memórias mais antigas, levando finalmente a pessoa a não se reconhecer sequer a si própria. Não há cura para a demência, pelo que qualquer medida – de prevenção ou de tratamento – que atrase o início ou a sua evolução, adquire uma enorme relevância.